Comité de Njalane já plantou mangal em uma área calculada em 672 hectares e orgulha-se como campeão dessa actividade em Moçambique
Afonso Santos é o
presidente do Comité de Gestão de Recursos
Naturais de Njalane, posto administrativo de Nhangau, distrito da Beira.
Entrevistamo-lo em Njalane, na área onde está a ser desenvolvido o projecto de plantio de mangal.
Lembra que as
actividades de plantio de mangal em Njalane, remontam desde 1996. Njalane é a
área costeira da província de Sofala que teve maior
destruição de mangal, em consequência da acção
humana. O mangal tem sido cortado para produção de carvão. O municipio da Beira
recebeu muitas pessoas que se deslocaram dos distritos próximos à procura de melhores oportunidades de vida e muitas delas não têm domínio de outras actividades, para além do “aproveitamento” dos recursos naturais, como por exemplo, para
produzir carvão, sem noção do impacto ambiental negativo que estão a causar.
“Desde 1996, quando
iniciamos as actividades, já conseguimos plantar mangal numa área de 672
hectares, e as actividades prosseguem naturalmente. Podemos até dizer com
orgulho que somos campeões de repovoamento de mangal em Moçambique. Em média,
cada hectare recebe 10 mil plantas”, disse Afonso Santos.
Segundo Afonso os membros
do comité sentem-se gratificados pelo trabalho que estão a realizar em prol do
meio ambiente. “O resultado é bastante positivo. Conforme pode observar, as
plantas estão a crescer com muita intensidade, a responder a dinâmica do nosso
trabalho.”
A reposição do mangal permite que a comunidade local recorra a área para a captura, por exemplo, de caranguejos e tedue. O mangal funciona como viveiro de algumas espécies marinhas como crustáceos. Paralelamente, o comité tem vendido mudas de mangal para repovoar outras zonas devastadas, gerando alguma renda para o comité.
Contudo, Afonso
Santos lamentou a falta de equipamento de trabalho como botas e a falta de
condições de sustentabilidade do próprio comité. Referiu que a principal fonte de obtenção de receitas tem sido a
venda de sementes e mudas de mangal, mas não tem sido um negócio que corre constantemente.
“As pessoas vem comprar de vez enquanto. Então, precisamos de algo que alimente
o comité, como por exemplo, um barco de pesca. Como
nós vivemos na base da pesca, um barco de pesca com seus equipamentos ajudaria
imenso a suprir as necessidades do próprio comité”.
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