"Dinâmicas do
Género na Gestão dos Recursos Naturais" foi o tema da mesa redonda
organizada pela Livaningo no dia 02 de Novembro de 2018, em Maputo a qual
reflectiu sobre a inclusão da mulher na gestão de recursos naturais em
Moçambique. A mesma contou com a presença de várias organizações da sociedade
civil e mulheres rurais.
O
debate surge no âmbito da implementação do Programa Comités de Gestão dos
recursos Naturais: Governação, Direitos e Mudanças Climáticas, um programa implementado
pelo consórcio constituído por quatro organizações da sociedade civil e um do
governo, nomeadamente Livaningo, Adel Sofala, a Muleide, e Rede de jornalistas
Amigos do Ambiente, (RAJAA) e o Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica.
Na
ocasião, Flaida José Machaze, Oficial de Género da União Nacional dos
Camponeses defendeu que para garantir a inclusão efectiva da mulher neste
processo, não se pode apenas preocupar-se com o número de mulheres que
participam nos Comités de Gestão dos Recursos Naturais, mas também a
participação destas no processo de tomada de decisão. " A mulher não pode
ser levada para o comité apenas para fazer figura, esta mulher tem que ter
capacidade para contribuir na tomada de decisão, tem que ter voz, mas para tal
precisa de ser capacitada. Esta tem que saber, por exemplo, que a floresta lhe
pertence, ao que tem o direito de posse e controle sobre ela". Afirmou
Em
sua fala Flaida ressaltou ainda a necessidade de haver boas metodologias para
consciencializar as comunidades " como saídas para os problemas, temos que
por exemplo fazer panfletos a explicar todo processo de comités gestão. Outros
sim, as organizações das organizações da Sociedade civil devem criar
oportunidades para as mulheres partilhar as suas ideias, conhecimentos a outras
mulheres. Outra questão muito importante é que as comunidades devem denunciar
casos de irregularidades dentro das comunidades, para permitir que os outros
intervenientes no processo possam fazer as suas intervenções com bases".
Outro
aspecto destacado durante o encontro foi a educação e mudança de mentalidade no
seio das comunidades. Para os participantes estes dois aspectos são de grande
importância para o desenvolvimento das comunidades. Os mesmos ajudam a eliminar
certos tabus que dominam a vivência das comunidades " com os avanços das
tecnologias, as pessoas já não pesam como antes, então temos que educar a
sociedade em particular a mulher, mostrar que actualmente há mudanças a todos
níveis e temos que acompanhar estas mudanças. Por exemplo antes as mulheres não
ocupavam cargos importantes do governo, mas actualmente já são tantas a ocuparem
cargos importantes " disse Hilario Akissa, representante do Ministério de
Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural.
A
Livaningo por sua vez disse que desde que o consórcio começou a trabalhar com
os comités é notório o avanço da participação das mulheres "antes do
início do programa, as mulheres representavam 22%, actualmente este número
subiu para 41% sendo que 18 % destas fazem parte dos órgãos sociais. Para nós
esse crescimento significa que as comunidades já estão a ter consciência do
papel que a mulher tem na sociedade" frisou Joana, coordenadora de
programas da Livaningo.
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