Chove intensamente em seis distritos da
Província de Sofala, nomeadamente Búzi, Nhamatanda, Cheringoma, Gorongosa, Caia
e Marínguè. No distrito de Búzi, por exemplo, as cheias mataram duas pessoas no
fim-de-semana e cinco pessoas estão desaparecidas. De acordo com a secretária
de Estado da província de Sofala, Stela Zeca, 71 mil pessoas foram afectadas
pelas inundações que se registam nos locais acima citados. A situação é
dramática e preocupa a Livaningo que tem feito um trabalho que visa mitigar o
impacto das mudanças climáticas em algumas comunidades que estão a braços com
as inundações.
Actualmente a equipa constituída pela
Livaningo, ADEL Sofala e Muleide encontra-se no distrito de Cheringoma a fazer
uma avaliação de sete (7) comités de gestão de recursos naturais, nomeadamente,
Katemo, Massiambosa, Gume, Chidanda, Ndi Maie, Tsotsi e Nhabaua que serão
integrados na nova fase do Programa “Comités de Gestão de Recursos Naturais de
Sofala: Governação Local, Direitos e Mudanças Climáticas”, que iniciou em 2017
nos distritos de Marínguè e Gorongosa entre 2017-2019.
Entretanto, por causa das chuvas intensas que
se fazem sentir em algumas localidades, o consórcio enfrenta dificuldades para
chegar às comunidades, devido a intransitabilidade das vias de acesso. Por
exemplo, a estrada principal de cerca de 50 quilómetros que liga Massiambosa à
vila de Inhaminga, encontra-se danificada e bloqueada pelas árvores que não
resistiram à fúria das águas.
A situação ganha contornos alarmantes no rio
Dzune que transbordou, inundando a comunidade local que tem dificuldades para
se deslocar. Contudo, há quem desafia a fúria da natureza para garantir o
sustento: Manuel Benjamim, Rui Nhassambo e outros atravessam o rio mesmo
correndo riscos de vida porque precisam chegar aos respectivos locais de
trabalho.
Segundo o Banco Mundial a exposição de
Moçambique a choques climáticos é agravada pelos efeitos das mudanças
climáticas, o que destaca a importância de fortalecer a resiliência financeira
do país. Sem mudanças na política de gestão e financiamento dos desastres
climáticos, espera-se que as alterações climáticas causem prejuízos económicos
de até 7,4 bilhões de dólares norte-americanos, durante o período 2003–2050 em
Moçambique.
Todos os anos Moçambique é assolado por chuvas
intensas e ventos extremos, que matam, danificam infraestruturas públicas e
privadas e desalojam milhares de famílias. Contudo, pouco ou quase nada de
vulto é feito para mitigar o sofrimento das camadas mais vulneráveis.
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