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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Chuvas intensas isolam distritos na província de Sofala



Chove intensamente em seis distritos da Província de Sofala, nomeadamente Búzi, Nhamatanda, Cheringoma, Gorongosa, Caia e Marínguè. No distrito de Búzi, por exemplo, as cheias mataram duas pessoas no fim-de-semana e cinco pessoas estão desaparecidas. De acordo com a secretária de Estado da província de Sofala, Stela Zeca, 71 mil pessoas foram afectadas pelas inundações que se registam nos locais acima citados. A situação é dramática e preocupa a Livaningo que tem feito um trabalho que visa mitigar o impacto das mudanças climáticas em algumas comunidades que estão a braços com as inundações.


Actualmente a equipa constituída pela Livaningo, ADEL Sofala e Muleide encontra-se no distrito de Cheringoma a fazer uma avaliação de sete (7) comités de gestão de recursos naturais, nomeadamente, Katemo, Massiambosa, Gume, Chidanda, Ndi Maie, Tsotsi e Nhabaua que serão integrados na nova fase do Programa “Comités de Gestão de Recursos Naturais de Sofala: Governação Local, Direitos e Mudanças Climáticas”, que iniciou em 2017 nos distritos de Marínguè e Gorongosa entre 2017-2019.

Entretanto, por causa das chuvas intensas que se fazem sentir em algumas localidades, o consórcio enfrenta dificuldades para chegar às comunidades, devido a intransitabilidade das vias de acesso. Por exemplo, a estrada principal de cerca de 50 quilómetros que liga Massiambosa à vila de Inhaminga, encontra-se danificada e bloqueada pelas árvores que não resistiram à fúria das águas.

A situação ganha contornos alarmantes no rio Dzune que transbordou, inundando a comunidade local que tem dificuldades para se deslocar. Contudo, há quem desafia a fúria da natureza para garantir o sustento: Manuel Benjamim, Rui Nhassambo e outros atravessam o rio mesmo correndo riscos de vida porque precisam chegar aos respectivos locais de trabalho.

Segundo o Banco Mundial a exposição de Moçambique a choques climáticos é agravada pelos efeitos das mudanças climáticas, o que destaca a importância de fortalecer a resiliência financeira do país. Sem mudanças na política de gestão e financiamento dos desastres climáticos, espera-se que as alterações climáticas causem prejuízos económicos de até 7,4 bilhões de dólares norte-americanos, durante o período 2003–2050 em Moçambique.

Todos os anos Moçambique é assolado por chuvas intensas e ventos extremos, que matam, danificam infraestruturas públicas e privadas e desalojam milhares de famílias. Contudo, pouco ou quase nada de vulto é feito para mitigar o sofrimento das camadas mais vulneráveis.



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