Terminou esta quarta-feira, 03 de Março, após interrupção em Setembro do ano passado, o processo de audição de 4 dos sete réus envolvidos no esquema de corte ilegal de madeira, na zona tampão do Parque Nacional da Gorongosa, província de Sofala. Dos indiciados, cinco são oficiais do Comando Distrital da Policia da República de Moçambique (PRM) e dois são cidadãos de nacionalidade chinesa.
No rol das acusações submetidas pelo Ministério Público, consta o corte de mais de 500 touros da espécie mondzo apreendidos, que estavam prestes a sair a partir de uma via clandestina, no distrito de Muanza, lesando o Estado moçambicano em cerca de 2 milhões de meticais.
Num breve contacto,
o procurador do distrito de Gorongosa, Nobre Wiliamo, disse à Rede de Jornalistas Amigos de Ambiente que faz parte do programa
Comitês de Gestão de Recursos Naturais de Sofala: Governação Local, Direitos e
Mudanças Climáticas, constituído pela ADEL Sofala, Livaningo, IPAJ, Muleide e
Rede de Jornalistas Amigos do Ambiente, que o esquema foi despoletado através de uma desavença entre alguns agentes
da PRM e fiscais do Parque Nacional de Gorongosa.
Wiliamo mostrou-se
preocupado com o envolvimento de alguns membros da PRM em esquemas de exploração ilegal dos recursos florestais e faunisticos.
“Não estou satisfeito com ocorrência de crimes
desta natureza, porque normalmente, os danos causados por crimes ambientais são irreversiveis”, disse Wiliamo, justificando que, quando há um processo contra crimes ambientais, significa que “há um recurso florestal ou faunistico que já foi abatido. O desejável seria não termos nenhum caso de crimes ambientais”, considerou.
Condenados 45 cidadãos acusados de crimes ambientais em Gorongosa
O Ministério Público em Sofala julgou e
condenou no ano passado, 45 cidadãos acusados de
corte ilegal de madeira e caça futiva no
Parque Nacional de Gorongosa.
Dos infractores que
cumprem penas que variam de dois a oito anos de prisão, 31 foram penalizados por abate de animais e quatro por exploração ilegal dos recursos florestais. Estes dados foram partilhados pelo procurador
distrital da Gorongosa, Nobre Wiliamo. Segundo aquele magistrado do Ministério Público, neste periodo da
pandemia da Covid-19, os crimes ambientais tendem aumentar com enfoque para a
caça furtiva.
Por sua vez, o
director do Serviço Distrital de
Actividades Económicas de Muanza, Teodoro
Issa, avançou que no ano passado, a equipa de fiscalização distrital apreendeu 155 pranchas de madeira. “Ainda no final do ano passado, identificamos
um local em que tinha mais de 58 pranchas. As apreendidas são aquelas que já estão na posse do Governo e as identificadas estão num local de dificil acesso”, explicou Issa.
Refira-se que por
ausência de dois cidadãos de nacionalidade chinesa envolvidos no corte ilegal
de madeira na zona tampão do Parque Nacional de Gorongosa, os orgãos da justiça
remeteram ao Tribunal Provincial de Sofala, vários processos ligados aos crimes
ambientais para prosseguimento dos casos.


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