São quase meio dia, o sol abrasador fustiga as três mulheres com bidons que, contaram que caminharam 4 kms até a sede de Nhambita onde tem um fontenário. "Sofremos muito por falta de água. Andamos muitas distâncias para ter um bidão de água potável por dia", desabafou Luciana que contou que nem sempre foi assim. "Antigamente tínhamos água nos rios mas agora tudo secou. A falta de água nos rios tem a ver com a falta de chuva que não cai porque cortamos árvores de qualquer maneira, por isso, agora aprendemos que onde cortamos para tirar lenha plantamos outras”, disse Luciana residente da comunidade de Nhambita.
O governo distrital reconhece que as populações têm recorrido ao abate indiscriminado de árvores para extrair lenha e carvão. “As queimadas descontroladas, principalmente devido a caça, o abate indiscriminado das árvores para diversos fins, preocupa-nos como governo, porque as mudanças climáticas interferem na produção agrícola e na qualidade de vida dos cidadãos”, disse Gimo Mapanga, director do Serviço Distrital de Actividades Económicas de Gorongosa, província de Sofala.
Para a mitigação das mudanças climáticas, embora sem indicar os custos envolvidos, Gimo Mapanga, director do SDAE de um distrito com cerca de 182 mil habitantes diz que existem planos locais das adaptações às mudanças climáticas mas os mesmos são feitos através do STPI – Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas, que é o ponto focal do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), os planos têm sido elaborados anualmente e contam com a contribuição da FAO.
A Livaningo em nome do consórcio constituído pela ADEL Sofala, Muleide, IPAJ, Rede de Jornalistas Amigos do Ambiente, conversou com o chefe do posto de Canda, Galiza António, que admitiu que as mudanças climáticas interferem na produção agrícola e na qualidade de vida dos cidadãos no povoado de Canda. “Por exemplo, em Domba norte há escassez de chuva, estou a falar concretamente da zona de Muéra. Agora já estão a vir para aqui em Canda sede para procurar milho e mapira porque lá as chuvas sempre são escassas”, começou por dizer, dando a entender que no distrito de Gorongosa já existem refugiados climáticos.
Umas das alternativas encontradas pelo governo local é sensibilizar as comunidades que vivem em regiões com seca extrema a usarem a semente melhorada, mas “as comunidades locais preferem semente nativa, porque há dificuldade para se obter a semente melhorada”, disse.
Segundo os camponeses ouvidos pela Livaningo, um quilograma de semente melhorada de milho custa cerca de 180 meticais e a nativa adquire-se a 50 meticais por cinco quilogramas.
O posto administrativo de Canda tem 10 povoados, concretamente, seis povoados na localidade de Cudzo e quatro povoados na localidade de Canda que somam, segundo o senso, 42.778 habitantes.
O chefe do posto diz que o governo está atento ao fenómeno de alterações climáticas e já esboçou estratégias de mitigação que envolve os Comitês de Gestão de Recursos Naturais, beneficiados pelo programa que está sendo implementado pelo consórcio Adel Sofala, Livaningo, Muleide, IPAJ e Rede de Jornalistas Amigos do Ambiente. A principal estratégia segundo Galiza, consiste no reflorestamento. "A exploração florestal é feita de forma sustentável. Mesmo os madeireiros sabem que onde abatem uma árvore outra deve ser plantada.
Segundo plano é trabalhar com os fiscais. Os fiscais estão a trabalhar duramente com algumas pessoas que têm tendência de usar ilegalmente algumas árvores de produção de madeira. Têm furtivos, temos apanhado e sancionado, e outro plano é aquelas actividades de uso sustentável dos recursos, que passa necessariamente em combater o hábito de queimadas, fazendo celeiros e não só”, disse Galiza para quem o programa de produção de fogões poupa lenha contribui para a redução de desmatamento.
Segundo plano é trabalhar com os fiscais. Os fiscais estão a trabalhar duramente com algumas pessoas que têm tendência de usar ilegalmente algumas árvores de produção de madeira. Têm furtivos, temos apanhado e sancionado, e outro plano é aquelas actividades de uso sustentável dos recursos, que passa necessariamente em combater o hábito de queimadas, fazendo celeiros e não só”, disse Galiza para quem o programa de produção de fogões poupa lenha contribui para a redução de desmatamento.
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