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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Comité de Gestão de Recursos Naturais de Sofala contribui para a redução de crimes ambientais em Gorongosa

 


As Autoridades florestais da província de Sofala reconheceram recentemente, a contribuição dos Comités de Gestão dos Recursos Naturais do distrito de Gorongosa no reforço da fiscalização dos operadores ilegais e a consequente redução de crimes ambientais.

Para o chefe do departamento de Florestas e Plantações Agro Florestais em Sofala, Paz Martinho, os primeiros três meses da implementação do projecto “Governação Local, Direitos e Mudanças Climáticas”, implementado pelo consórcio de Comité de Gestão de Recursos Naturais de Sofala, constituido pela Adel Sofala, Livaningo, Muleide, Instituto de Patrocinio de Assistência Juridica de Sofala e Rede de Jornalistas Amigos de Ambiente, foram marcados pela redução de crimes ambientais.

Paz Martinho sustenta que em 2018, o sector registava por semana, em média, 20 casos de exploração ilegal dos recursos florestais e faunisticos  em Gorongosa, contra apenas 15 casos,  registados no primeiro semestre desse ano. “A avaliação que o departamento de Florestas e Plantações Agro Florestais em Sofala faz em termos de impactos de projecto “Governação Local, Direitos e Mudanças Climáticas é positiva: há um aspecto extremamente importante que pode-se verificar, que é a junção dos esforços da sociedade civil, comunidades e autoridades locais para estancar os crimes ambientais. É uma equipa muito forte, em que a sociedade civil faz a sua intervenção, a comunidade idem e nós fazemos a nossa fiscalização, os orgãos de comunicação social também contribuem, então, com essa toda ligação verificou-se a redução em termos de crimes ambientais”, explicou Martinho que acrescentou que devido a melhoria na fiscalização, ficou dificil para os exploradores ilegais irem a floresta fazer corte de madeira e conseguir transportar sem que o serviço tenha conhecimento na denúncia proveniente da comunidade. “Achamos que o projecto ajudou bastante. Os indivíduos que pretendem fazer o corte da madeira de forma ilegal, já fazem com muito receio, porque o sistema veio pra ficar”.

Apesar dos ganhos alcançados, Martinho admite que persistem desafios na componente de fiscalização comunitária, “porque mesmo dentro das comunidades nem todos membros colaboram. Há membros da comunidade que têm tendência de colaborar com indivíduos que cortam a madeira de forma ilegal, alegando que não vêem os benefícios da conservação e tudo mais, mas é um trabalho que estamos a fazer, que pode ser fortalecido com a entrega dos 20% de taxa de exploração florestal. Há comunidades em que tinham tendências de colaborar com indivíduos pra fazer corte da madeira de forma ilegal mas quando começaram a receber os 20% e ver os benefícios, deixaram de fazer essa colaboração e agora são nossos colaboradores e nessas comunidades deixou de existir o corte ilegal”, disse tendo acrescentado que os 20% são fundamentais pra encorajar a comunidade a actuar mais no sector da floresta e não só. “Temos que fazer com que dentro da comunidade existam actividades de grupos de interesses, porque não podemos olhar a madeira como fonte de receita. Na floresta há muita coisa que se pode explorar. Estamos a falar da apicultura por exemplo, é uma das actividades que pode fortalecer as actividades na comunidade. Agora temos a venda do capim, a produção de hortículas, ou seja, há várias actividades que podemos explorar no sentido de encorajar a comunidade a participar activamente, vendo os benefícios da floresta”.

O administrador do distrito de Gorongosa, Manuel Jamaca, disse que apesar de melhorias registadas na fiscalização comunitária, constitui ainda um desafio, o processo de canalização da taxa de 50% das denúncias dos furtivos.

“A população do nosso distrito com ajuda das diversas faixas da sociedade, está empenhada na protecção do meio ambiente. Se for a ver, o nosso Parque Nacional de Gorongosa que também ensina as nossas comunidades para a conservação do meio ambiente, o que é gratificante porque estas acções visam proteger os nossos recursos naturais e beneficiar a própria comunidade”.

Por sua vez, os presidentes de alguns comités da província dizem que graças as capacitações ministradas pelo consórcio de Comité de Gestão de Recursos Naturais de Sofala, há cada vez mais membros das comunidades que dominam a legislação.

“As capacitações ministradas pelo consórcio CGRN de Sofala visando sensibilizar as comunidades a serem mais proativas na fiscalização e gestão sustentável dos recursos faunisticos e florestais, estão sendo positivas uma vez que os crimes ambientais tendem a reduzir”, referiu Isac Araújo, presidente do Comité de Gestão de Recursos Naturais de Tambarara, distrito de Gorongosa.

Para Amade Pita Cadeado, presidente de Comité de Gestão de Recursos Naturais de Micombeze, distrito de Nhamatanda, as capacitações da sociedade civil e do Parque Nacional de Gorongosa são fundamentais para conter a exploração desenfreada dos recursos naturais.

“É com muita satisfação que verificamos que baixou o número de caça furtiva e das queimadas descontroladas que reduziram em cerca de 50%. No ano passado tivemos muitos casos que contribuiram para a perca de bens, celeiros, casas, etc. Contudo, este ano não tivemos casos, por isso estamos a ver que está a melhorar a fiscalização em Matenga”.

Em relação a taxa dos 20%, referente a exploração da actividade turistica do Parque Nacional de Gorongosa, os comités afirmam que apesar da crise provocada pela pandemia o valor está a ser canalizado. Dizem que cada um dos comités recebeu este ano, cheques no valor de 52 mil meticais da dedução do ano passado.

Graças as formaçõeses as comunidaees sabem que têm direito aos 20% que já estão sendo usados para a geração de renda.

Refira-se que, devido aos efeitos da Covid-19, mais de 2500 turistas estrangeiros, cancelaram as reservas para o Parque Nacional de Gorongosa, por isso, o administrador daquela área de conservação, Pedro Muagura, adverte para momentos difíceis para mais de 75 mil famílias que residem nos arredores da Zona Tampão.

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